Conheça um pouco mais sobre o Projeto
O projeto de letramento científico Scientia Amabilis nasceu em 2021, depois da gestação de uma ideia
surgida durante o isolamento social de 2020. De lá pra cá, o projeto teve várias etapas: fomos uma ação
de extensão da Universidade Federal de Santa Catarina-UFSC de 2022 a 2023, com atuação de vários alunos
de diferentes cursos, participamos de uma mentoria de ideação no programa Co-Creation
Lab do CTC da UFSC em 2022, onde definimos um plano de atuação e nossa identidade visual, e
de 2024 a
2026 temos apoio da FAPESC, a Fundação de Apoio à Pesquisa e Inovação do
Estado de Santa Catarina, em um
projeto de desenvolvimento de produtos digitais para divulgação científica da vegetação de Santa
Catarina,
o Scientia Amabilis-SC. Graças ao apoio da FAPESC, fundamos o SAL-Scientia Amabilis Lab, sediado na UFSC,
um espaço físico onde integramos as atividades de extensão deste projeto e as pesquisas científicas
realizadas por nossos integrantes.
Nosso propósito é contribuir para o letramento científico da população, utilizando esses seres incríveis
que são as plantas e integrando diversas áreas de conhecimento que permeiam a interação delas coma
humanidade, para entregar conteúdos e produtos digitais que sejam divertidos, envolventes, lúdicos e,
acima de tudo, cientificamente confiáveis! Parece complicado? Mas nosso objetivo é descomplicar! Cola
com
a gente e acompanhe nossos canais pra ficar por dentro das novidades!
O que é e por que precisamos de letramento científico?
Hummm... ótima pergunta! Clica aqui e vamos espiar um pouquinho dentro da toca de coelho! Mas antes, um aviso: se em algum momento você cair nessa toca e se sentir pequeno, então achar que cresceu demais, e só depois voltar a se sentir confortável com seu tamanho, assim como a Alice no País das Maravilhas, parabéns!!! Você já terá iniciado o seu letramento científico e quem sabe estará em breve enxergando o mundo com os olhos de um cientista, mesmo sem exercer essa profissão.
Bom, se você está lendo essa página no seu computador ou celular, ou qualquer outro dispositivo,
certamente faz
parte da graaaande parcela da humanidade que já não consegue pensar um estilo de vida sem os
avanços tecnológicos
que a ciência trouxe pra nossa sociedade desde a revolução industrial, acertamos? Embora sejamos
muitos, quantos
de nós sabe como a ciência funciona? Infelizmente, mesmo sendo indispensável na maioria das
sociedades atuais,
não só cresce o desconhecimento mas aumenta o negacionismo e a desconfiança das pessoas na
ciência – isso pra não
falar dos charlatões que distorcem os fatos e o discurso científico só pra enganar os
desavisados. Mas então o
que fazemos é divulgação científica? Também, mas não apenas! Uma perspectiva importante que
trazemos, além de
divulgar fatos e conhecimentos já corroborados pela ciência das plantas, é o contexto histórico
ou social daquilo
que estamos divulgando. Quando relevante, também explicamos como aquele conhecimento foi gerado
e se já é um
consenso entre os cientistas ou se existem evidências confiáveis contraditórias.
Isso é importante por dois aspectos: primeiro, porque a ciência é mais uma forma de entender o
mundo, dentre as
várias que existem. Claro que pra muitos de nós, cientistas, o mais importante, mas certamente
não o único. E
provavelmente pra muita gente nem mesmo seja considerado importante – mas deveria, já que
dependemos cada vez mais
dos conhecimentos científicos em quase todas as nossas atividades, não é?
O segundo aspecto, e justamente uma consequência do fato da ciência não ser a única forma de
interpretar o mundo,
é que não basta ter acesso ao conhecimento científico ou aos produtos que esse conhecimento nos
proporciona para
que possamos aproveitar os benefícios da ciência, que são muitos. Quantas pessoas você conhece
que usam seu
smartphone de última geração para ler horóscopo todos os dias? E talvez até pague caro por isso?
Ou pior: talvez
tome decisões importante com base em previsões ou consultas astrológicas? Ah, mas isso é uma
escolha pessoal, você
pode estar pensando. É sim, mas e quando decisões que ignoram a ciência não afetam apenas a sua
vida? A humanidade
passou por uma pandemia há poucos anos e, pasmem, ao mesmo tempo também vimos um aumento
astronômico (e não
astrológico hehe) do movimento anti-vacinas! Estamos assistindo a volta da poliomielite, dos
surtos de sarampo,
em pleno século XXI! Isso pra não falar nas epidemias emergentes, que vão ser tornar cada vez
mais frequentes com
as mudanças climáticas e a crise da biodiversidade no mundo todo.
Não entender como a ciência funciona e ignorar os conhecimentos e diretrizes que podem nos
beneficiar enquanto
sociedade pode custar a nossa sobrevivência, porque não importa se você “acredita” na ciência ou
nos cientistas,
ou não. Se estamos onde estamos hoje, com tudo de bom e de ruim que a modernidade nos trouxe, é
porque a ciência
funciona. Não quer dizer que não erre – o avanço da ciência depende, e muito, do erro! – mas ela
funciona. E você
pode até continuar olhando o seu horóscopo diário pra se divertir, desde que saiba que as crises
planetárias reais
que estamos enfrentando nesse começo de século não são efeito de Mercúrio retrógrado e nem vão
se resolver sozinhas
com um alinhamento diferente dos astros... Vamos precisar de toda ciência possível e de todas as
pessoas e setores
da sociedade colaborando pra sairmos dessa.
E por que utilizar as plantas?
Nem precisava perguntar, né? Porque elas são maravilhosas! Claro que essa é a resposta curta e tendenciosa, pois somos cientistas que decidiram pesquisar plantas e adoramos “doutrinar” as pessoas ☺. Mas tem outros fatores que contribuíram pra que a gente decidisse focar nas plantas e nossa interação com elas como ótima ferramenta de letramento científico.
Já imaginou a sua vida sem plantas? Elas são a base da cadeia alimentar
que sustenta toda a vida na Terra: mesmo que você prefira um bom churrasco,
esse boi aí no seu prato não existiria sem uma quantidade enoooorme de capim!
Além da fotossíntese ser responsável por fixar a energia solar aqui no
planetinha azul em forma de matéria, resultando no que chamamos de
“produtividade primária”, elas ainda afetam diretamente a nossa vida por
fornecer outros tipos de materiais: fibras, madeira, compostos químicos,
que utilizamos para uma infinidade de outras coisas. Sabia que mais de 80%
dos antibióticos conhecidos foram descobertos ou modificados a partir das
plantas? Já é bem conhecido por historiadores, antropólogos, economistas e
etnobotânicos a importância do desenvolvimento da agricultura para a
organização da maioria das sociedades humanas, em especial o surgimento de
cidades e modificação das dinâmicas de migração das populações. Mais
recentemente, a chamada “Revolução Verde” também afetou diretamente os sistemas
agrícolas criando o que conhecemos por “agronegócio”, com todos os seus efeitos
sociais, políticos e econômicos em especial em países com grandes áreas de
cultivo, como o Brasil. Mas não é só a vida moderna e a economia mundial
que depende diretamente da forma como utilizamos as plantas: muito, muito
antes de qualquer organização social ou familiar “humana”, nossa espécie
evoluía com seus corpos e habilidades sendo moldados em função dos alimentos
disponíveis. E nesse contexto, as plantas sempre estiveram presentes, já que
somos animais onívoros = aqueles que alimentam-se de uma dieta variada. Há
quem defenda que nossa capacidade visual de distinguir cores com muito mais
facilidade do que outros mamíferos, por exemplo, foi efeito direto de termos
desenvolvido uma grande habilidade de distinguir frutas maduras em meio à
vegetação. Curiosidade: isso deve ter sido especialmente importante para
nossas ancestrais grávidas gerarem bebês bem nutridos, e o fato de que ca.
de 10-12% das meninas nascem com visão tetracromática*
, semelhante à das aves
que se alimentam de frutas, enquanto a maioria dos humanos tem visão
tricromática, é considerada uma evidência da importância das plantas em
moldar as habilidades sensoriais da nossa espécie no passado, particularmente
aquelas plantas que produzem frutos (que nós botânicos chamamos de
“angiospermas” ou “plantas com flores”). Vários compostos vegetais podem
ainda alterar nossos estados de consciência, como aqueles produzidos pela
fermentação alcoólica ou a cafeína que nos mantém em estado de alerta. Nós
não somos a única espécie a nos aproveitarmos desses efeitos, mas certamente
somos a mais “dependente” deles. Alguns pesquisadores defendem, inclusive,
que foram as plantas que nos domesticaram e não nós a elas durante a invenção
da agricultura, já que ao tornar nossas sociedades totalmente dependentes
da produção agrícola, as danadinhas descobriram uma “espécie-companheira”
muito eficiente em propagar suas próprias sementes e defender suas
populações com unhas e dentes (e guerras e saques e escravidão e extermínio
de muitas populações nativas – humanas e vegetais – para garantir as safras
que sustentam nações...).
Ufa! Já deu pra entender que tem muita planta e muita ciência inseparáveis
em todos os aspectos da história da humanidade nesse planetinha, né? Isso
pra não falar da criação do próprio planeta como uma casa habitável a todos
os animais terrestres que já existiram.
Embora a origem dos animais seja
muito, mas muito! mais antiga que a das plantas, lá no mar, foi só depois
que as verdinhas conseguiram sair da água e colonizar a terra desabitada,
e a fotossíntese permitiu o acúmulo de biomassa (lembra da produtividade
primária?) e a liberação de oxigênio em tal intensidade que modificou a
composição atmosférica, que os primeiros animais puderam respirar fora da
água e seguir as plantas em terra firme. A verdadeira Revolução Verde
aconteceu há mais de 400 milhões de anos e transformou o pálido ponto azul
do sistema solar num local cheio de vida e diversidade! E não faltam
motivos para que continuemos a pesquisar, aprender e nos maravilharmos
ainda mais com esses seres especiais!
Identidade visual
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Ao longo de 2022, definimos nossa identidade visual, incluindo a escolha da logo que foi
validada dentre
3 opções apresentadas ao público. A ilustração escolhida foi inspirada pelos ipês,
particularmente o
ipê-amarelo.
Os ipês são árvores nativas da América Latina, pertencentes aos gêneros botânicos
Handroanthus e
Tabebuia,
ambos da família Bignoniaceae, conhecidos por sua resiliência e por se mostrarem
majestosamente
floridos
nas estações mais adversas. Esperamos que este projeto siga o exemplo de resistência dos
ipês em
tempos de
obscurantismo e que contribua para que a ciência e as plantas sejam valorizadas e possamos
trazer alento por
meio da beleza do conhecimento, assim como nossos ipês o fazem por meio de suas flores.
Equipe
Conheça um pouco da nossa equipe

SUZANA ALCANTARA
Coordenadora do Scientia Amabilis
Dra. em Botânica (USP).
Mestre em Ecologia e Bacharel em
Ciência
Biológicas (UNICAMP).
Prof adjunta da UFSC, pesquisas de pós-doutorado na USP, Field
Museum
of Natural History (Chicago) e University of California (Berkeley).

TAISE MILENA GONÇALVES
Mestre em Biologia de Fungos, Algas e Plantas (UFSC)
Bolsista de Desenvolvimento Técnico e Industrial (FAPESC-Scientia Amabilis Lab)
.
Lattes
KATHLEEN CAUANA HAMES
Graduanda em Ciência Biológicas (UFSC)
Bolsista PIBIC e estagiária do Scientia Amabilis Lab
.
Lattes
YANNE ALVES ROBERTO
Graduanda em Ciência da Informação (UFSC)
Graduada em Artes Visuais (UFPEL) e
Desenvolvimento de Sistemas (IFSC)
Bolsista de Desenvolvimento Técnico e Industrial
(FAPESC-Scientia Amabilis Lab)
membros anteriores




